segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Rita Catita - Partygirl

 Guilhas (diminutivo macho de Guilherme)

No sábado fomos à festa de comemoração do primeiro aniversário do Guilhas, o terceiro de uma levada de nascimentos no métier. Moço ladino, decidido, motivado e consequentemente, companhia a evitar na puberdade.
À excepção da sua própria festa de aniversário, esta foi oficialmente a primeira festa da Rita Catita! O soirée onde foi dada a conhecer ao mundo da ganapada e onde tínhamos depositado toda a nossa esperança. Meses e meses de treino intensivo projectados neste único dia.

"Chegar, sorrir. Brincar, conviver, partilhar. Sorrir. Dizer adeus e graciosamente sair."

Não tinha como falhar. E o que aconteceu?
Não podia ter-se portado pior nem achincalhado mais a educação que imaculada vem passando de geração em geração, rasgadamente elogiada por altas patentes da vida social e que com tanto carinho e afinco nos esforçamos por lhe transmitir, assim como meu pai me transmitiu, o seu pai antes de si e o seu pai antes de si e por essa árvore genealógica acima até ao primeiro Jay da História.
E o que é que a Ritinha faz?
A Ritinha beija no primeiro encontro. Não contente, tenta beijar todos os rapazes inclusivé os que não querem ser beijados. Tudo quanto mede menos de um metro e não traje de rosa qualifica para a beijoca. Aproxima-se como quem queira brincar ás casinhas e na volta já vai de ideias feitas e com bolinha no canto superior esquerdo. E não quer "selinho" a menina, não... A menina vai de boca aberta e língua de fora como quem se prepara para fazer desaparecer um Double CheeseBurger. Foi vê-los coitados, uns a correr, outros a gatinhar, atropelando-se e chamando por suas progenitoras numa cena digna do National Geografic. Não fosse a gravidade da perspectiva a longo prazo e até tinha sido engraçado.
De cerca de dez crianças presentes na "pista de dança", cinco eram rapazes, duas já não usavam fralda, uma recusou-se a sair do carrinho e sobrou apenas uma do mesmo campeonato da Ritinha. Uma miúda giríssima que lhe estava a fazer sombra desde que chegou até porque era consideravelmente mais alta. Durante meia hora esta criança espalhou estilo rodopiando o seu vestido de Cinderela, mas que após a Rita lhe entornar um copo de sumo de laranja, mais parecia o traje esfarrapado da gata borralheira. Não sabiamos onde nos esconder com a vergonha. Durante o resto da tarde, enquanto o vestido secava lentamente sobre um aquecedor a óleo, a pobre criança ficou sentada numa cadeira com um cobertor sobre as pernas, observando a festa esvair-se a cada minuto que passava.
E a Rita? A Rita estava nas suas quintas, ainda que de forma desleal, tinha o salão só para si. Mas por esta altura já todos os catraios tinham descoberto forma de a despistar, excessão feita ao Rafa, rapaz (que se achava) valente e conquistador. Fugiu passados quinze minutos depois de a Rita tentar enfiar-lhe na boca todos os brinquedos que o Guilhas recebeu de presente e uma caixa com trinta e seis lápis de côr que estavam em cima de uma mesa para entreter a pequenada.

Pelo andar da carruagem e atendendo ao comportamento "exemplar" da Rita depois de um ou dois copos de champomy, estamos de olhos postos na próxima festa que se realiza já daqui a vinte e tal anos...

3 comentários:

  1. Delicioso este texto. Mas a Rita - Catita, corresponde perfeitamente ás minhas expectativas para o futuro. Inteligente a garota, "arrumou" literalmente a concorrência, mandou e comandou, impôs-se pelo charme e não só, a confirmação do que eu ja suspeitava, os "garotos" de hoje, não são como os de antigamente! a Rita fez o teste na perfeição, logo, parabéns Rita-Catita, é em ti que deposito a esperança de finalmente ainda conseguir ver este "mundinho" comandado por meninas como tu.

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  2. ahahahah... é só o que me ocorre dizer! ;D
    ora, aí está...menina ao poder e que, ainda por cima é fofa! Querem melhor? :P

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